quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O que as roupas dizem de nós

Ô, dureza! O pai do Philinus tem se esforçado para conseguir um emprego, mas a sorte parece não estar ajudando. Ele bem que tentou aparentar ser melhor que o concorrente, vestindo um sofisticado terno e colocando uma bela gravata. Pois é, mas não adiantou!

Comunicar algo por meio da vestimenta é uma característica que acompanha o ser humano desde os tempos mais remotos, quando alguém teve a ideia de se cobrir com folhas ou com uma pele de animal.

Diferentes povos, em diferentes tempos, atribuíram às roupas diversos valores associados à expressão cultural, social, religiosa, artística e até política.

No Egito Antigo, por exemplo, era proibido usar roupa de lã em templos e santuários. Esse tipo de tecido  era considerado impuro por ser de origem animal. Por isso, a maioria das pessoas usava roupas confeccionadas com linho.
Gente comum calçava sandália com correias de couro, mas políticos e sacerdotes importantes se diferenciavam por usarem calçados com correias de papiro, algo considerado de maior status na época.
Homens e mulheres das classes mais altas também usavam perucas feitas de cabelo natural e ostentavam joias grandes e pesadas.
Já os mais pobres usavam somente um tapa-sexo, andando por aí, quase que literalmente com uma mão na frente e outra atrás.

Na Grécia Antiga, a “moda” não era muito diferente: os escravos – que constituíam a camada menos favorecida da população – vestiam somente uma tanga, enquanto que as pessoas em geral usavam chiton, uma espécie de camisola enrolada no corpo e presa com alfinetes, acompanhada de um cinto de couro.
Os mais ricos costumavam tingir suas roupas com cores vibrantes e as mulheres se enfeitavam com brincos, colares, anéis, pulseiras e argolas para as pernas.

Já na Babilônia, homens e mulheres usavam túnica – espécie de camisolão comprido – acompanhada por um manto. No entanto, a vestimenta masculina era mais curta e colorida, ao passo que a feminina devia obrigatoriamente ser da cor azul e tocar os tornozelos.
Os ricaços usavam túnicas feitas de linho ou seda, e os mais pobres, quando muito, conseguiam se vestir com roupas feitas de peles de animais.

E nos dias de hoje? Será que as roupas continuam falando sobre seus usuários, suas condições e suas aspirações?

Muitas pessoas se preocupam mais com o quê vestem do que com as ideias e atitudes que cultivam, não é mesmo?

Será que cuidamos da nossa essência, aquilo que somos internamente, com o mesmo zelo e entusiasmo com que cuidamos da nossa aparência exterior? Será que uma roupa de marca, às vezes comprada com sacrifício e para não ficarmos ‘fora de moda’, revela de fato quem somos ou a classe social a que pertencemos? Ou será que ela esconde?

Como diz o grande poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare: “Oh! Que formosa aparência tem a falsidade!”

Quem sabe o pai do Philinus não esteja precisando pensar um pouco sobre essas coisas...

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