quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Pitágoras e os Números

Pobre Philinus… Parece que ele se enroscou com alguns números na prova de matemática. E ele chega até a citar Pitágoras para tentar aliviar a bronca da mãe.

Ah, se ele conhecesse um pouquinho mais da paixão pelos números que este grande sábio possuía... Com certeza teria recorrido a outro filósofo para tentar se livrar da encrenca!

Geralmente ouvimos falar em Pitágoras na escola, quando aprendemos seu famoso teorema. Mas a verdade é que esse antigo pensador teve uma vida muito além de catetos e hipotenusas.

Pitágoras nasceu aproximadamente em 570 a.C., em Samos, uma ilha no mar Egeu que, na época, pertencia à Grécia.

Grande parte do que se conhece a seu respeito é resultado de relatos feitos muito tempo depois de sua morte, e várias das histórias sobre ele são fantasiosas. Por isso, é complicado afirmar com precisão diversos aspectos de sua vida.  

De qualquer modo, sabe-se, com relativa segurança, que Pitágoras realizou uma longa peregrinação pelo Egito, Babilônia, Síria, Fenícia, Indostão (atual Índia) e Pérsia. Ao longo de suas andanças, acumulou conhecimentos em diferentes áreas como astronomia, matemática, ciência, filosofia, misticismo e religião.

Ao retornar a sua terra natal, planejava abrir uma escola para partilhar o que havia aprendido, mas o tirano Policrates, que então governava Samos, o fez desistir da ideia. Pitágoras, então, mudou-se para Crotona, uma importante cidade das colônias gregas que hoje pertence à Itália. Lá, fundou a tão sonhada escola, que foi batizada com seu nome: Pitagórica.

A Escola Pitagórica se tornou conhecida em todo o mundo civilizado como um grande centro de cultura e instrução, mas estudar lá não era nada fácil.

Os alunos deviam cumprir rigidamente uma série de obrigações – como passar cinco anos em total silêncio, não comer carne e ter uma fé cega em seu grande mestre.

Além disso, os discípulos praticavam a distribuição comunitária dos bens materiais e a purificação da mente por meio do estudo da Geometria, da Aritmética, da Música e da Astronomia.

Para a escola de Pitágoras, os números constituíam a essência de tudo o que existe no universo.

Observando o harmonioso movimento das estrelas, a mudança sempre constante do dia para a noite e as características de cada estação, Pitágoras e seus discípulos concluíram que a Natureza obedece a um sistema de relações e proporções numéricas, e que os fenômenos naturais podem ser traduzidos por relações e representações matemáticas.

Como dá para perceber, se o Philinus vivesse nessa época e estudasse na Escola Pitagórica, com certeza teria se dado muito mal! Portanto, o melhor mesmo é que o nosso jovem filósofo se recorde apenas do Pitágoras das idéias abstratas e das contribuições puramente filosóficas. Longe, bem longe dos números...

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